Apologética: a alegria da verdade
Êxodo dos católicos a outras propostas religiosas. Que fazer?
Pelo P. Miguel Ángel Vega León
O Documento de Aparecida (2007), nos números 225 e 226, refere a necessidade de reforçar quatro áreas na nossa pastoral para que os católicos não continuem a sair da Igreja católica. São elas:
- A experiencia religiosa: Oferecer a todos os fiéis “um encontro pessoal com Jesus Cristo”, por meio do anúncio querigmático e do testemunho de evangelizadores para os levar a uma conversão pessoal.
- A vivência comunitária: Os nossos fiéis procuram comunidades cristãs onde sejam acolhidos fraternalmente e se sintam valorizados, visíveis e eclesialmente incluídos. É necessário que os fiéis se sintam realmente membros de uma comunidade eclesial e corresponsáveis no seu desenvolvimento.
- A formação bíblica e doutrinal: Os fiéis precisam de aprofundar o conhecimento da Palavra de Deus e os conteúdos da fé, porque é a única maneira de crescer na sua experiência religiosa.
- O compromisso missionário de toda a comunidade: Sair ao encontro de todos os afastados, interessar-se pela sua situação, a fim de os conduzir ao reencontro com a Igreja e convidá-los a voltar a Ela.
Na América Latina, existe o problema grave do proselitismo praticado por muitos grupos sectários autodenominados “cristãos”. Embora o sentido negativo ou desfavorável não seja intrínseco ao próprio termo “proselitismo”, no nosso caso, referimo-nos a ele com este significado: trata-se de comportamentos que levam a forçar a pessoa ser membro deste grupo. Este proselitismo tem como característica fazer abuso da consciência das pessoas, sobretudo, para nos mais débeis e incautos (ignorantes, pobres, enfermos e vulneráveis emocionalmente). Para além de alguns métodos lícitos (como as visitas de porta a porta), valem-se também da difamação à Igreja, contando lendas, testemunhos de falsos milagres, ameaças de castigos divinos, promessas de cura, apoio económico, exploram o emotivo como experiência divina, etc. Por isso, o Documento de Aparecida, dentro do mesmo apartado sobre o ecumenismo inter-religioso, no nº 229, assinala:
«Hoje, torna-se necessário reabilitar a autêntica apologética que faziam os padres da Igreja como explicação da fé. A apologética não tem por que ser negativa ou meramente defensiva. Na verdade, trata-se da capacidade de dizer o que está na nossa mente e no coração, de forma clara e convincente, como São Paulo disse, “testemunhando a verdade no amor” (Ef 4,15). Mais do que nunca, os discípulos e missionários de Cristo de hoje necessitam de uma apologética renovada para que todos possam ter vida Nele».