Em tempos de pandemia – “De missionárias ativas a missionárias contemplativas”
Antes de mais caríssimos irmãos, desejamos do fundo do coração feliz Páscoa da Ressurreição!
Na continuação das festas pascais continuamos celebrando o grande acontecimento, Cristo que por nós morreu e ressuscitou, vem iluminar e a fortalecer a nossa fé, na esperança de tempos melhores, neste momento difícil que a nossa limitação humana está atravessar. É neste contexto que queremos partilhar convosco o nosso itinerário do dia-a-dia. Como todos, também nós estamos obrigadas a estar em casa, pois também é um dever e é o melhor que podemos fazer para evitar a propagação.
O nosso já falecido fundador, padre Flaviano Amatulli Valente, costumava dizer que o trabalho pela missão nunca acaba, pois sempre há muito por fazer e o que há são mil e uma maneiras de o fazer, podendo-se mudar de atividades, e é o que nós agora estamos a fazer.
Neste tempo de prova muitos estão a colocar o seu grão de areia dando o melhor segundo a sua profissão e vocação, nomeadamente os profissionais da saúde, médicos, enfermeiros, como também os cientistas na procura da vacina que dê uma solução a este vírus. Os voluntários nas diferentes áreas, todos eles na primeira linha arriscando a própria vida para ajudar o próximo, ou seja, todos aqueles que estão a precisar mais neste momento.
Nesta situação atual, qual a importância da nossa presença como comunidade religiosa? Pode parecer pouca coisa, mas como dizia a madre Teresa de Calcutá: «Às vezes podemos sentir que o que fazemos seja só uma gotinha de água no mar, mas o mar seria menos se falta-se aquela gotinha» Quais são estas gotinhas?
São as nossas orações, pois acreditamos na força e eficácia que elas têm. Este é um aspeto muito importante que assumimos já pela nossa própria vocação, mas que agora pela mesma situação intensificamos mais, pois além dos momentos de oração comunitária, temos a adoração do Santíssimo, sacramento onde cada Irmã tem um espaço pessoal. A finalidade é pedir a Deus por todo o mundo, pela situação que se está a viver, por todos os que estão no campo de batalha e por todas as pessoas que se recomendam às nossas orações.
“De missionárias ativas a missionárias contemplativas”
A nível de celebração Eucarística participamos pelos meios de comunicação, mas graças a Deus não nos tem faltado a Sagrada Comunhão. Isto o devemos graças à proximidade dos nossos irmãos e frades Franciscanos, pois o guardião do convento, Frei Hermínio, tem providenciado as Sagradas formas e assim podemos comungar. Esta é uma grande graça para nós como comunidade religiosa. É uma diferença com o povo geral, que se tem visto privado de receber a Sagrada Comunhão, pela suspensão das missas. Isso faz com que nos comprometamos ainda muito mais para pedir por todos aqueles que desejariam muito de receber Jesus Sacramentado.
Vamos animando e confortando alguns irmãos que entram em contacto connosco por telefone ou nós próprias o fazemos pelos diferentes meios existentes. Além disto o nosso dia decorre na convivência fraterna, nas atividades de casa, espaço de estudo e formação assim como também em criar algumas novas iniciativas para enriquecer o nosso apostolado de evangelização. Queremos referir também que, face a toda esta situação a providência de Deus não nos tem faltado. Os nossos amigos e conhecidos, que são almas generosas e que conhecem o nosso estilo de vida, têm-se disponibilizado para nos ajudar com os bens necessários. Caríssimos irmãos, que a luz da nossa fé, seja iluminada pela Luz do Ressuscitado, para esperarmos tempos melhores. A Palavra do Senhor convida-nos a: conservar a alegria na esperança, a paciência neste tempo de tribulação e a perseverança na oração (Rm 13,12) .Contem sempre com uma lembrança especial nas nossas orações e na espera de que um dia, como diz o salmista, voltemos a louvar juntos a Deus no seu templo (Sl 42,6).
Irmãs Missionárias “Apóstolas da Palavra”