A missão conquistou meu coração !
Sou ir. Ana Mariela Muñoz Aguilar, natural da Guatemala, filha de Anibal Muñoz Hernandez e Zenaida Aguilar Salvatierra. Tenho 9 irmãos: 6 homens e 3 mulheres. Nasci em um lar cristão e, desde a infância, conhecendo e praticando a minha fé como católica.
Desde os meus doze anos, fui despertando o gosto por estar com Jesus, pois a capela onde participava ficava relativamente perto de minha casa e eu gostava de ir lá para ficar sozinha com Jesus, falando a Ele, como se fala a um amigo: “Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando irei contemplar a face de Deus? ” (Sl 41, 3).
Com 14 anos, participei do meu primeiro encontro vocacional com umas freiras, só que eu estava terminando o ensino médio e mesmo que, no retiro, tenha crescido o desejo de ser inteiramente de Deus, tive medo de responder, prontamente, ao chamado de Deus.
Agora, vejo que se aplicavam a mim, também, as palavras do profeta Jeremias: “Ah! Senhor JAVÉ, eu nem sei falar pois sou apenas uma criança. ” (Jr 1, 6). Fui colocando pretextos para não ouvir mais Aquela voz. Eu sempre fui um pouco extrovertida e pensava que não poderia ser freira, pois não aguentaria permanecer o tempo todo de joelhos em oração. Como um dos meus irmãos era policial, pedi a ele que me orientasse e me treinasse, para que eu fosse, também, policial. Segui estudando com a determinação de que, ao terminar os estudos, eu me formaria policial. Meu irmão, estando em serviço, teve um acidente de moto e, tristemente, não resistiu. Isso me fez repensar o que realmente o que eu queria, a quem eu queria / quero servir.
Com 16 anos, participei de outro retiro e, desde então, comecei a procurar meu lugar dentro da Igreja, pois já participava e colaborava na animação do grupo de jovens da minha comunidade, mas sentia que Deus me pedia algo a mais.
Em 2007, conheci os missionários “Apóstolos da Palavra”, que realizaram missão na minha paróquia. Eu participei somente do último dia por causa dos meus estudos. Algo que me impactou foi o fato de não saber sequer procurar uma passagem bíblica, com agilidade, e disse a mim mesma que era uma vergonha uma professora que não sabia nada de Bíblia! Por isso, eu me propus a fazer uma experiência de missão. Tive a graça de conhecer nosso fundador padre Flaviano Amatulli Valente, que foi fazer uma conferência na minha paróquia.
Terminei os estudos de magistério, graduando-me professora. Então, como eu já estava com 18 anos, ingressei na Família Missionária, em 26 de janeiro de 2009. Ali, iniciei, verdadeiramente, meu discernimento vocacional e posso dizer como o profeta Jeremias: “Seduzistes-me, Senhor; e eu me deixei seduzir! Dominastes-me e obtivestes o triunfo” (Jr 20,7).
Na experiência de missão que tenho realizado em Guatemala, Costa Rica, San Salvador, Portugal, Cabo Verde e Brasil, ressoam, fortemente, as palavras de Jesus: “Grande é a messe, mas poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande operários para sua messe” (Lc 10, 2).
Sou missionaria Apóstola da Palavra há pouco mais de 14 anos, dos quais 9 tenho estado realizando missão no Brasil, um povo muito acolhedor e generoso. Mas também o Sincretismo é visto nas Religiões Afro-brasileiras, que foram formadas, através da união de diversas crenças africanas e portuguesas. Cada país tem seus próprios desafios para viver a vida cristã e tive oportunidade de ensinar em cursos bíblicos e de apologética, em Minas Gerais, na região Nordeste, no Rio de Janeiro, em Petrópolis, em Teresópolis, etc. Vi a alegria de muitos irmãos que, ao terem contato com as escrituras e fortalecerem a fé, sentiam maior compromisso de serem cristãos autênticos, vivendo firmemente a fé Católica, porque, na verdade, ninguém ama o que não conhece.
Ao visitar as famílias, porta a porta, vivo a experiência de ser verdadeiramente instrumento nas mãos de Deus, para dar a cada família uma palavra de esperança, de ensinar, também de aprender e de corrigir, algumas vezes, através da Palavra de Deus. (Cfr 2 Tim 3,16).
Neste mês das missões, sou enviada a realizar missão em outro pais. No meu coração, só tenho que agradecer, primeiramente, a Deus pela vocação missionária; logo, a todos os meus irmãos e irmãs que me ajudam a realizar esta missão que não é minha e sim a mando de Cristo: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15).
Na verdade, não há missão sem missionários, nem missionários sem a sua colaboração.
“O Senhor completará o que em meu auxílio começou. Senhor, eterna é a Vossa bondade: não abandoneis a obra de Vossas mãos” (Sl 137, 8).
Com gratidão Ir. Ana Mariela Muñoz Aguilar.